domingo, 29 de maio de 2011

Um universo caótico, mas com entrelinhas de compaixão







A ciência possui uma nobre tarefa, através de suas diferentes especialidades, entender o funcionamento da natureza. Um megatrababalho que acompanha toda nossa história desde o aparecimento do Homo sapiens em nosso planeta, único animal capaz de fazer tal análise.




Desde a descoberta do fogo, a invenção de diferentes instrumentos, a domesticação de animais, o desenvolvimento da agricultura e o conhecimento de plantas. Toda descoberta e inventividade humana é fruto do conhecimento natural. Portanto a ciência, palavra que etimologicamente significa conhecimento foi objetivo primeiro de nossa espécie e razão de seu sucesso evolutivo.





A divisão cartesiana em diferentes áreas do conhecimento se fez necessária e continua ainda mais importante nos dias de hoje, pois a gama de conhecimentos adquirida ao longo de séculos de estudos é vastíssima e foi a essa especialização que permitiu o avanço do conhecimento.

No entanto a especialização afasta o observador da visão holística do mundo natural  e para um entendimento real da natureza o holismo é imprescindível, afinal física, matemática, biologia e química são um todo indivisível.

"O mundo natural não liga para o nosso entendimento a respeito dele", se dividimos para entendê-lo melhor ou não. O fato é que ele opera como um todo e por isso precisamos enxergá-lo como realmente é.

Várias idéias sobre essa percepção foram surgindo na história recente da ciência,  as mais expressivas  advém da  teoria ecológica, que conecta toda a vida entre si com o meio; a Teoria Geral dos Sistemas, que deu impulso sistemático a uma amplidão de diferentes especialidades; a Teoria do Big Bang e seu significado de unidade, assim como múltiplos aspectos da chamada nova física.




James Lovelock

Fritjof Capra





 

Podemos citar obras como a Teia da Vida (Capra), A Totalidade e a Ordem Implicada (David Bohn) e a Teoria de Gaia (Lovelock), todas explorando cada qual em sua área a visão sistêmica e quem sabe com isso tenham se aproximado mais fielmente do que seria uma real visão da natureza.




Esse entendimento aponta para interconexão de tuto e de todas as coisas em um ponto inicial no início de nosso universo.

É um conhecimento com um significado profundo sobre o nosso papel no universo, assim como de todas as demais criaturas vivas. Essa ligação é o que mais se aproxima do significado religioso, místico, que vem sendo passado em diferentes tradições religiosas sobre irmandade e unidade,  que são características inerentes a tudo no universo e em decorrência delas uma necessária compaixão.





 
Compaixão?!! Sim, nas entrelinhas deste nosso universo caótico, com estrelas explodindo, buracos negros engolindo tudo ao seu redor, meteoros e cometas vagando por aí e colidindo com quem atravessar seu caminho, a natureza parece deixar claro o que ela pede de suas criaturas: ora, se na sua gênese está a unidade, então "sejam compassivos meus filhos".








Obervação

Caro amigo leitor, nosso universo do ponto de vista científico não possui vontades, direção, sentimentos ou qualquer tipo de consciência, mas a vida como parte integrante do universo possui sim consciência e altruísmo. 

Nós humanos como espécie auto-consciente podemos conjecturar acerca de nosso papel no universo da maneira como melhor nos aprouver. Nesta postagem abordo a minha visão particular a cerca da vida e do nosso papel no universo. 

Todos possuímos diferentes conjecturas e essa é a beleza do livre pensar.



Artigo criado e redigido por Marcelo S Araújo